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Em 2019 Cabo Verde registou uma boa dinâmica no respeitante ao cinema e audiovisual.

A abrir o ano aconteceu a estreia em Lisboa do filme “ Os Dois Irmãos” de Francisco Manso, co-produção Cabo Verde/Portugal e adapatação da obra homónima de Germano Almeida com um elenco 100% cabo-verdiano.

Em Fevereiro deu-se a estreia de “Anjo – O sangue e a Obra” de Helder Doca, 4ª produção da Osga Filmes que meses depois viria a conquistar no festival Plateau o prémio de Melhor Curta de Ficção.

Março trouxe o anúncio da criação do prémio de cinema António Loja Neves, destinado ao “cinema africano de expressão lusófona”. O documentário “Homestay” de Lolo Arziki,  foi o filme seleccionado  para representar Cabo Verde. “Mabata Bata” do moçambicano Sol de Carvalho seria o vencedor, anunciado em Setembro.

Finais de Maio acontecia a 12 edição do Maio.Doc, iniciativa do Centro Cultural Português em Mindelo. A actualidade politica e social do Brasil foi o tema transversal a vários dos filmes exibidos.Também em Maio aconteceu a estreia do documentário Bidon – Nação Ilhéu, de Celeste Fortes e Edson da Silva, produzido pela Eden Produções, e que em 2018 foi o vencedor de Cabo Verde no concurso para produção DocTV CPLP. O filme teve por estes dias estreia no Brasil.

No mês de Junho um novo evento veio enriquecer a agenda cinematográfica nacional: na cidade da Praia aconteceu a 1ª edição do Festival Internacional de Cinema Infantojuvenil (MINIs), parceria entre o Centro Cultural Português em Cabo Verde e o FESTin – Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa.

Em 2019 estreou internacionalmente o  documentário “Nos passos de Cesária Évora: a música de Cabo Verde”, dos realizadores alemães Jan Kerhart e Ulrich Stein. O documentário, ainda inédito em Cabo Verde, fala da importância que Cesária Évora teve na difusão da música de Cabo Verde na cena internacional, no início dos anos 90 até a sua morte, em 2011.

Outra ante-estreia internacional com um "dedo" de participação cabo-verdiana foi da mega-produção "Woman", de Anastasia Mikova e Yanus Arthur-Bertrand, a mesma equipa do sucesso mundial "Humans". A produção esteve em Cabo Verde para casting e recolha de depoimentos de mulheres.

Em 2019 nasce a Rede Cinema PALOP-Timor Leste, com o propósito de juntar os profissionais, empresas, associações e festivais numa base de dados digital  e assim fortalecer a presenças dos serviços e produtos audiovisuais dos PALOP e Timor no mercado de países de lingua oficial portuguesa e no mundo.

No mês de Agosto era notícia o Leopardo de Ouro do Festival de Locarno atribuído ao filme "Vitalina Varela", do realizador Português Pedro Costa, protagonizado e baseado na vida da cabo-verdiana Vitalina Varela, que foi ela própria distinguida pelo prestigiado festival com o prémio de Melhor Actriz.

Em Outubro estreou  no país o documentário “Chã”, co-produção Canárias-Cabo Verde, assinado por Leão Lopes e contando na equipa de produção com estudantes de cinema da M-EIA. O filme teve exibições na ilha do Fogo, Santiago e São Vicente.

Em 2019 os três festivais de cinema anualmente realizados tiveram lugar e contaram com o apoio da Associação de Cinema e Audiovisual de Cabo Verde. Em Mindelo, o Festival Oiá aconteceu com algumas alterações no formato: sem inscrições/candidaturas abertas: os filmes na programação foram convidados pela curadoria do festival, que teve um cariz local. Em Outubro a  10ª edição do Cabo Verde International Film Festival, no Sal, terminou com o anúncio de que as edições futuras do festival passam a ser exclusivamente dedicadas ao cinema de animação.

Novembro foi o mês da 6ª edição do Plateau- Festival Internacional de Cinema da Praia cuja programação ganhou pujança: recorde de inscrições registadas (414 filmes candidataram-se), das quais 26 produções foram selecionadas; um crescendo também nas oficinas realizadas, foram sete workshops em diferentes áreas do cinema; e ainda mostras especiais como o Monstra (Portugal) e o AnimaBR (Brasil) que juntamente com a oficina Doc4Kids (parceria com a ACACV e a APORDOC) levaram centenas de crianças ao festival.

A marcar 2019 as presenças de prestigados cineastas africanos, como  Abderrahmane Sissako e Kunle Affolayan, com projectos que teráo Cabo Verde como set e contribuirão para a internacionalização do cinema nacional. 

O ano terminou com  duas aguardadas ante-estreias: em Mindelo, o documentário Manel d’Novas – Coração de Poeta, de Neu Lopes, com produção da Osga Filmes e na Praia, Suzy, Entre sonhos e mãe terra, de Júlio Silvão, primeiro volume da trilogia “Diáspora de Sucesso”.  

Ao longo de 2019 Cabo Verde esteve representado em vários eventos internacionais ligados ao Cinema. A realizadora e produtora Samira Vera-Cruz foi seleccionada para a Residência Criativa UPCYCLES, que teve lugar no mês de Setembro, em Maputo; o cineasta Júlio Silvão representou a ACACV no DocLisboa e no CineSeia, em Portugal, este último contando também com a participação do realizador Abel Monteiro, cujo filme “Amigo das Tartarugas” foi seleccionado na mostra competitiva. A jornalista e escritora Chissana Magalhães foi seleccionada para o programa de mentoria Rio Press Talent, parceria do Festival de Cinema de Berlim com o Goethe Institute e o Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro, tendo participado deste último evento em Dezembro.  

A ACACV iniciou 2019 com o anúncio dos vencedores do I edital de Apoio à Produção (lançado em finais de 2018), com um financiamento de 3 mil contos. Em Setembro foi lançado o concurso Centenário Amílcar Cabral para produção de documentários de curta metragem. Ao longo do ano a ACACV realizou várias formações na área, nomeadamente formação em escrita de roteiro, em edição, em projecção de filmes, e formação de actores para cinema e tv. Promoveu ainda  a oficina Doc4Kids inserida no festival Plateau e a residencia artistica Pilorinhu para produção para documentário, com participação de oriundos de diversas ilhas.

 

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