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A cineasta francesa de ascendência faleceu aos 91 anos, em Paris, vitima do coronavirus, anunciaram em comunicado as duas filhas Annouchka e Henda.

Filha de pai guadalupenho e de mãe francesa, Sarah Maldoror foi casada com o poeta e político angolano Mário Pinto de Andrade, fundador e primeiro presidente do MPLA.

Tendo se iniciado primeiro no Teatro, em 1956, Sarah Maldoror estudou cinema na Rússia onde conheceu o senegalês Ousmane Sembène, que viria a ser conhecido como o pai do cinema africano. Em 1965 colaborou como assistente de realização de Gillo Pontecorvo no emblemático A Batalha de Argel (1965) que receberia o Grande Prémio de Veneza e influenciou grandemente a juventude africana anti-colonialista.

O seu primeiro filme enquanto realizadora foi Monangambé, de 1969, inspirado numa novela do escritor e nacionalista angolano José Luandino Vieira, nessa altura preso no campo de concentração do Tarrafal, Cabo Verde. Em 1972 seria a vez de Sambizanga, também inspirado numa obra de Luandino Vieira, A Vida Verdadeira de Domingos Xavier.

Radicada em Paris, a cineasta passou a dedicar-se a documentários sobre personalidades das artes, como o poeta Aimé Césaire, entre outros.

Como legado, para além dos seus filmes, deixa o contributo para o renascimento do cinema africano.

 

Maldoror

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