O documentário Tarrafal, Dez Pancadas no Carril é uma reflexão cine-poética sobre a memória do Campo de Concentração do Tarrafal.
Pretende sobretudo perceber o mecanismo da memória de um espaço que serviu para aniquilar pessoas que eram contra o regime salazarista e que depois serviu para outras atividades. Saber a importância do espaço na memória coletiva em Portugal, Cabo Verde, Guiné Bissau e Angola, países diretamente ligados ao espaço.
No sentido de não ser um filme demasiadamente etéreo e sem compromisso ideológico é que contará e descreverá o papel do Campo de Concentração do Tarrafal nas políticas de extermínio das oposições políticas ao regime vigente em Portugal e territórios ultramarinos. Falar de um espaço que pertence ao nosso passado recente e que representa um dos momentos mais escuros e terríveis dessa mesma História. O tempo teima em apagar esse período, pelo que proponho uma reflexão sobre esse mesmo processo de esquecimento.
Perguntando, em última análise, se a continuação da existência dos espaço físico do Campo de Concentração é um garante da memória da sua história e do seu papel como elemento de destruição da oposição ao Regime que ele representa.